por Adriana Teixeira Simoni
Quando o silêncio afloraEcoa nas paredes vazias
Que cercam o infinito cosmos
Daquela intimidade febril
Nada, tem mais a forma do desejo
De compreender o tamanho do barulho
Que ressoa nesse quartinho escuro
Onde guarda o som de um surdo amor
E é voltando lá no parquinho
Naquela gangorra ora sobe ora desce
Do vibrar o corpo escorregando sem medos
Ao descer um caminho ainda conhecido
Nas Lembranças dos bons momentos
Resgata aquele silêncio melódico
Onde infortúnios não marcaram
Porém, se instalaram sem perceber
E agora quando o silêncio fecundo
Provoca a bateria mudando a harmonia
Querendo Fugir do som dos bumbos
Que parecem afligir um peito já combalido
Porém esse silêncio transporta
Aos caminhos mais escuros e guardados
Revelando os flagelos pueris
Que a alma insiste agora reconciliar
Pois, é quando vulnerável e desarmado
Que o silêncio revela toda grande verdade
Ao transitar a superfície da memória
Com a leveza que uma alma requer
A bateria ajuda no ritmo a ser levado
Um coração agitado é vivo
O silêncio é a pausa do compasso
Pra que a sua própria melodia assuma.
Não há dor que perdure
Se o silêncio for também ouvido
Pois, é no lamento interno da cuíca
Que se completa a harmonia da bateria.