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sábado, 20 de fevereiro de 2021

RETRATOS




 por Adriana Teixeira Simoni


Na sala ficam  todos reunidos

Emoldurados e distribuídos

Uns grandes, outros medianos

Rebuscados em cor  ou planos


Retratos de manifestações...


Portam sorrisos e momentos

Relembram acontecimentos

Resgatam família e memórias

E algumas de nossas histórias


Retratos que contam histórias...


Reuniões familiares

Encontro entre pares

Registros da natureza

Ou qualquer beleza


Retratos de uma história...


Permanecem no tempo de uma família

Da nova, já perde valor e vira mobília

Com o tempo se torna  esquecimento

No arquivo virtual, mero fragmento.




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

UM PAINEL MUSICAL

 por Adriana Teixeira Simoni


A primeira nota soa linda

Quando a vontade apurada, já

Na certeza de gostar

Dedica o tempo a se encantar


Se toda gente fosse música

O mundo seria mais feliz

Tocaria um ao outro

Como quem cantarola sem perceber


Uma música tem melodia

Tem também harmonia

Um quesito de andamento

E com passo se junta tudo


Se toda gente fosse músico

Saberia que o lindo que ouve

Sai do universo da alma

De devotados seres da persistência


Pois...

A música que te toca

Viaja no espaço

Circula no corpo

E toca a alma com paixão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

SE


 

NA RIMA ME PERCO

 


por Adriana Teixeira Simoni

Não me prendo a rimas

Mas, quando quero as uso

Igual moda, não me domina

Porém, até permito algum capricho.


Tem palavras que a rima atrai

Por exemplo quando fala de amor

Sei que nele sempre tem alguma dor

Assim como frutos são diferentes na cor.


Outra que pega bem,  é rima com coração

Logo penso em fazer uma oração

Pra com minha gratidão

Falar em poesia com paixão.


Moda vai e vem, a rima põe se quer

A vida assim  também  permite

Ser igual sempre ou diferente

Sem pra isso rimar com  sofrer.



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

O PARAQUEDAS DO SABER

 


por Adriana Teixeira Simoni

 

Despertado em mergulhos aqui e ali

Primeiro pela curiosidade em saber

Depois estimulado pela vaidade

Até a petulância se apropriar

Das possibilidades de crescer.

 

Nas variadas fontes busca entender

Dos diferentes pensares

Pra o aprendizado se fortalecer

Com base no que já foi dito

Criar um parecer autoral.

 

Cuidado com as paisagens

Pois, o voo é livre e distrai

O vento é quem orienta

Mostra novos caminhos

Exibe horizontes possíveis.

 

Cabe escolher o sentido que evoca o saber

Em comunhão com o mais intimo

Desejo de repousar a dedicação

Acionando as rédeas do paraquedas

E então pousar e aprender.

A PERFEIÇÃO DO ERRO


Por Adriana Teixeira Simoni

O erro que te incomoda

No equivoco que te desperta 

Do desacerto da intenção

Que na  imprecisão de teu saber


Dá a certeza da vontade

Na justeza da imprevisível

Exatidão e mais que necessária

Precisão que vem do acerto


Não há confusão

Nem desvio dessa correção

Pois, são nas falhas

Que se constrói a perfeição.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

SILECIOSA BATERIA



por Adriana Teixeira Simoni
Quando o silêncio aflora
Ecoa nas paredes vazias
Que cercam o infinito cosmos
Daquela  intimidade febril

Nada, tem mais a forma do desejo
De compreender o tamanho do barulho
Que ressoa nesse quartinho escuro
Onde guarda o som de um surdo amor

E é voltando  lá no parquinho
Naquela gangorra ora sobe ora desce
Do vibrar o corpo escorregando  sem medos
Ao descer  um caminho ainda conhecido

Nas Lembranças dos bons momentos
Resgata aquele  silêncio melódico
Onde infortúnios não marcaram
Porém, se instalaram sem perceber

E agora quando o silêncio fecundo
Provoca a bateria mudando a harmonia 
Querendo Fugir do som dos bumbos
Que parecem  afligir um peito já combalido

Porém esse silêncio transporta
Aos caminhos mais escuros e guardados
Revelando os flagelos pueris
Que a alma insiste agora reconciliar
        
Pois, é quando vulnerável e desarmado
Que o silêncio revela toda grande verdade
Ao transitar a superfície da memória 
Com a leveza que uma alma  requer

A bateria ajuda no ritmo a ser levado
Um coração agitado é vivo
O silêncio é a pausa do compasso
Pra que a sua própria  melodia assuma.

Não há dor que perdure
Se o silêncio for também ouvido
Pois, é no  lamento interno da cuíca
Que se completa a harmonia da bateria.