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terça-feira, 11 de maio de 2021

Vivendo por atalhos


Vivendo por atalhos

Atormentado viver 
Que alimenta uma ilusão 
Vestido em capote mágico 
Que esconde um desejo

Sentimentos enclausurados 
Que se abatem no silêncio 
E que transmutam no ato cursivo 
Da esferográfica mania

Ah! Quem dera sentassem 
Em um só de meus ombros 
A bisbilhotar meus ruídos 
Minhas verdades sem glória

Já é o momento, mas falta 
Me dava um presente, mas não é justo 
Uma culpa, angustia ou ausência
 Que me fala: - Talvez se arrependa...

Dar cabo do sofrimento 
Ou redesenhar caminhos ? 
Talvez seguir atalhos que atraem 
E encobrem as falhas sequentes

Não haveria pesar nem aqui nem acolá 
Os atalhos dadivam momentos 
Que vibram múltiplas breves 
Soando assim um prazer prolongado.