SAUDADE

 SAUDADE

Uma dor colorida 

Que invade um coração 

As vezes pela lembrança

Outras pela certeza...

De teu olhar nunca mais me acarinhar

De que teu amor tem tamanho menor que o meu

De saber que mesmo voltando nada será igual 

De que sobrou apenas as sensações que vivemos

Mas, saudade é bom. 

Se nada ficou

Qualquer coisa passou

Que nem perfume deixou.

Adriana Teixeira Simoni

Minhas Manhãs

MINHAS MANHÃS

Canta a corruíra cá na janela 

E o sabiá ao longe tenta a ela invejar 

Cada qual com seu cantar 

Só deseja a mim despertar

O sol de tímido nada é 

Surge logo no horizonte a iluminar 

Seus raios teimam tudo transpassar 

Para o poder da luz mostrar

Eu então, entre sons e luz

Animo  o  novo despertar 

Pra na melodia meu dia desenhar 

E com luz minha alegria espalhar.

Adriana Teixeira Simoni

Retórica de bolso

 

RETÓRICA DE BOLSO

Quando desejo algo

Busco, uso gestos, olhares, palavras 

Me mostro disponível ao gosto 

Faço concessões interessantes

Dentro das ameaças que ensejo

Exponho as armas 

Faço uso das retóricas convenientes

Envolvo a tropa a bel prazer

Agrego a parte interessante 

Aprendo ser outro por instantes

Prestes a conquista, estudo a reação 

Recuo e avanço orientado por bajuladores

Dramatizo no discurso

Vendo o peixe estragado aos chegados

 Sinto que meu Brasil eu conquisto

Na retórica anticorrupção venço 

E escondo a minha ...  

Seco o pais pela vaidade sem empatia 

Porém, me garanto no poder...

Adriana Teixeira Simoni

DESEJO

 

A

Disposto num forno pré aquecido

 Não alimenta, mas tem crocância 

Satisfaz a ilusão da memória

 criando imagens e trilha sonora

Mesmo distante sinto tão perto

Parece tocar o pensamento

 Expõe toda a nudez emocional

 Transporta para o campo do sonho

Transita no percurso da realização

 Dá sugestão de como pode ser bom 

Se caso demore ou nem ocorra 

O desejo já criou a história.

Adriana Teixeira Simoni

Silhueta

 

SILHUETA

Um desenho biográfico 

Que identifico a distância

 Se meu, seu ou de outrem 

Cada um tem o seu

Na versão com amor

 Pouco importa o desenho 

vale muito mais o desejo

 Que pelas linhas se perde

Entre o contorno e a vibração 

O amor se nutre pela pele 

Dos sabores às sensações 

Que uma silhueta dispõe

Quando livre e dona de si 

Cheia de amor transborda 

Em beleza e até no perfume

 Tudo ao desfrute do amor.

Adriana Teixeira Simoni

Sedução

 

Sedução

Surge na perfeita distração

 Dos desejos refrigerados pelo tempo 

Na provocação ardilosa do seu olhar

Em emboscada sem volta , me encontro 

Nesse despertar habilidoso , em tempo 

Que vem suscitar secretos desejos

Sem saída , sem vontade me permito 

Me envolvo, me enrolo e então cedo

 Na viagem desse feitiço que me cerca

É frio, mas sinto calor ou talvez amor 

Que nome tem não sei, sensível me tem 

Dispara colossais sentimentos

Surpreende o poder desse olhar

 Deixo de ter posse de mim ,para ser 

A possuída por enfeitiçada sedução.

Adriana Teixeira Simoni

No ritmo do silêncio

 No ritmo do Silêncio

Nas faces do silêncio se lê a vida 

Pelas fases do silêncio se vive a vida 

No meio do silêncio se encontra vida 

Depois do silêncio se entende a vida

Se me calo quero ouvir

A melodia do meu eu

Pra entender qual ritmo 

Minha mente precisa

Na paz encontro tudo

O caminho mais suave 

A solução menos tensa

Encontro notas pra minha razão

O silêncio na música é o contra tempo 

Que igual na vida, prepara 

Pra dar sequência a divina música 

Que dos ruídos faz o silêncio remédio.

Adriana Teixeira Simoni

Caminho

 CAMINHO

Um traçado invisível e virtual

Num tempo indeterminado

Sem mapa ou cordão umbilical 

Nem sempre claro ou disciplinado

Só sei que por ele ando 

Busco mesmo na insegurança 

Aquela vibração me chamando 

Bem de dentro como esperança

Me conduz para a luz 

As vezes me perco no escuro 

Mas, de par com a fé tudo reluz 

Deixo o medo e sigo sem apuro

Ando saltitante porque sei 

Tudo que vivo foi pra mim escrito

Confio e me solto do que pensei 

Sigo o caminho sem fechar gabarito.

Uma lagarta

 UMA LAGARTA

A lagarta ganha a vida e só cresce 

Se alimenta de folhas desde que nasce 

Guarda tudo ,avoluma , se abastece

 Nem só a alimenta, algo a embrutece

Troca de folhas , troca de cor 

Explora outros meios de amor 

Solta em outros galhos o esplendor 

Porém, ainda fala alto a reprimida dor

Desperta para algumas novidades 

Se permite explorar outras habilidades 

Descobre-se nas flexibilidades

Desfruta o retorno das vaidades

Se fecha no casulo , se protege 

Não sabe se administra ou reage 

Sobre o bem e mal da novidade ou vintage 

Volta mostrar movimento e novo frege

A vida se mostra além da folha 

Chorou para libertar a pimpolha 

Das sombras que a prendiam na bolha 

E enfim aceita se ver na melhor escolha

O casulo já não mais a segura 

Explora oportunidades para sua fulgura 

Deixa chegar tudo na fluidez que augura

 Se enche ,se apodera de si e se afigura

Eis a borboleta

No meu Jardim

 

NO MEU JARDIM

Já me vi numa Begônia

Logo corri abraçar um Gerânio 

Não pretendia com a Hortênsia

Permanecer numa Flor-de-Maio

Queria mesmo uma Petúnia

Para me jogar bem Calêndula

Em um romântico Amor-perfeito 

Dessas histórias que saem da Boca-de-leão

Nunca fui semelhante a uma Camélia 

Porém já me afundei num Copo-de-leite 

Não para chorar Crisântemos 

Mas, para renascer olhando o sol.