Por Adriana Teixeira
Simoni
Eu Falo daquela...
Que cresce
rodeada de cuidados
Envolvida entre
contos e fadas
De brincadeiras
ora impostas
Para representar um
rosa institucional.
Eu lembro daquela...
Que levanta cedo
e se multiplica
Pensa e prepara a
família pra vida
Muitas vezes
esquece da própria existência
E se afasta de seus maiores sonhos.
Eu penso
naquela...
Que abala o
doméstico recatado
E mostra o
tamanho de seu espaço
Grita para outras
entenderem a dimensão
Da grandeza de
apagar tabus.
Eu agradeço
aquela...
Que pariu, criou
e tomou liberdades
De mostrar aos
machos quanta força e coragem
Pra lutar e
conquistar qualquer espaço
Usando botina, maquina, caneta ou avental.
Eu me orgulho
daquela...
Que sem querer
ser mais, foi
Resistiu à família
e a sociedade
Mostrou caminhos,
conquistou espaços
Deu voz e poder a
fila que vinha atrás.
Eu me oriento
naquela...
Que na diferença
firmou identidade
Se permitiu viver
na intensidade, a sua escolha
Nada mais justo
num corpo e mente sã
Gozar na forma
que o prazer lhe domina.
Eu perdoo
aquela...
Que reprimida não
entendeu nada
O tempo e o
espaço nada significou
Onde a sororidade
não lhe cativou
E segue a se auto
mutilar no machismo patriarcal.
Eu me sinto
salva...
No meu tempo,
espaço e percebo a dimensão
De ser livre, mãe,
amar, lutar e gozar
Vivendo um lar
sem permiti-lo me dominar
Tendo filhos ou
livros ou apenas sendo mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua crítica, isso ajudará o autor